18 de dez. de 2012

'' Barriga de Aluguel ''



                  Capítulo : 24° & 25°

Arthur acompanhou-a até o quarto. Admirou o quarto por um momento. Era tudo em tons claros, e os moveis em madeira, as cortinhas de renda.

- Nunca pensei que o interior da França fosse assim. – disse Lua olhando pela janela – é tudo tão doce, tão calmo Arthur...
- O interior da França e muito bonito, acho que é ainda mais bonito que o interior da Itália...
- Eu não sei... – disse ela sorrindo – Nunca sai do Brasil, essa foi a primeira vez.

Ele aproximou-se e ficou ao lado dela, olhando pela janela.

- Bem, você vai ter que se acostumar. Tenho que fazer muitas viagens e quero que você terá de me acompanhar. – disse ele a mirando – provavelmente conhecerá a Itália em breve...
- Eu não gosto de deixar a minha mãe sozinha Arthur...
- Poderemos levá-la conosco... – disse ele a cercando.

A respiração de Lua começou a se acelerar com a aproximação dele. Ele apenas viu o colo dela subindo e descendo com a respiração acelerada. Ele enlaçou-a pela cintura, aproximando os corpos lentamente. Estavam se beijando com intensidade, as mãos de Arthur percorriam as costas de Lua lentamente. Estavam se despindo aos poucos, as roupas caiam no chão naturalmente. Á passos lentos deitaram-se na cama, amavam-se com tranquilidade, gemidos eram calados por beijos sem muito controle.

Arthur deitou-se ao lado dela quieto, não sabia o que falar. Nunca tinha feito amor com ninguém daquela maneira. A inexperiência dela o excitava, ela era doce e pura e seu corpo nunca tinha sido tocado por ninguém alem dele. Viu-a virar-se de lado calada. Aquela lua de mel estava saindo de seu controle, tinha de voltar a focar seus objetivos, mas ela não estava deixando. Mesmo inconsciente disso. Ela levantou-se sem falar absolutamente nada, com o lençol enrolado no corpo entrou no banheiro, em breves momentos ele escutou o chuveiro aberto.
Lua estava deixando a água cair sobre o seu corpo. Agora além de seu orgulho já ter ido por ralo abaixo, seu amor próprio também. Estava começando a se envolver com Arthur. Isso era uma coisa que não podia acontecer jamais. Eles iriam se separar em breve, dali a um ano e meio seriam apenas ex- marido e ex-mulher.

- O que eu estou fazendo? – perguntou ela deitando-se na banheira.

Lua estava jogada ali na banheira, a água morna caindo sobre ela parecia relaxar os músculos tensos.

- Posso?!

Lua sentou-se assustada. Arthur estava atrás dela totalmente nu. Ela baixou a cabeça, corando fortemente.

- O que você está fazendo aqui? – perguntou ela olhando para a parede.
- Vou tomar banho com você... – disse ele entrando na banheira e sentando-se de frente para ela.
- Como assim? Se já não bastasse... – começou irritada
- Lua... lembre-se da sua promessa... estou cumprindo a minha parte!

Ela respirou fundo. Nunca tinha tomado banho com ninguém, a não ser com a sua irmã quando ela era bebe. Ele já tinha levado todo seu orgulho, no momento em que ela aceitará o contrato. Agora estava perdendo o controle da situação. Ele estava à sua frente sorrindo, como se tomar banho com outras pessoas fosse a coisa mais natural do mundo.

- Arth...
- Lua... é apenas um banho... – disse ele sorrindo - a menos que você queira mais do que isso... – ele sentou-se ao lado dela – a banheira é bem grande... o que você acha de um segundo round?

Lua já não conseguia mais pensar direito. O calor que emanava de Arthur a deixava entorpecida.

- Temos que ir a Paris... – disse Lua tentando se concentrar
- Posso te garantir que Paris não saíra de onde está... temos ainda a semana toda para conhecer a cidade... – disse ele a puxando para o seu colo.
Lua não lembrou de mais nada antes da boca de Arthur reclamar a sua possessivamente. A água morna parecia evaporar ao tocar nos corpos quentes. As mãos dele percorriam todo o corpo de Lua com perícia em caricias ousadas, e ela estava perdendo o controle mais uma vez.

- É a sua vez de me conhecer... – disse ele com a voz rouca.
- Do que você está falando? – perguntou ela o olhando
- Quero que você conheça meu corpo assim como conheço o seu...

Lua o olhou assustada, não sabia ao certo o que fazer e nem como fazer. Ele pegou uma das mãos dela e colocou sobre seu abdome. Lentamente as mãos de Lua foram andando. Podia sentir os contornos dos músculos de Arthur sob sua mão. Lua viu que Arthur tinha os olhos fechados e as mãos em suas costas. Suas mãos desciam lentamente e a voz de Arthur parecia estar a cada momento mais acelerada. Seus mãos finalmente chegaram a masculinidade de Arthur que estava ereta. Ele gemeu fraco com o toque de Lua. Ela não sabia o que fazer e ele também sabia disso. As mãos de Arthur encontraram com as de Lua e lhes mostraram pequenos movimentos enquanto Arthur gemia.

Ele não conseguia mais se contou e a encostou na banheira penetrando-a com rapidez. A boca de Arthur brincava com o ponto sensível de Lua no pescoço. Estavam totalmente sem controle sobre seus corpos e emoções. Marcas vermelhas de paixão apareciam no corpo de ambos junto com um gemido de prazer. Arthur se aferrou mais ao corpo dela, Lua gemeu.

Ficaram abraçados assim até que os tremores finalmente tivessem passado. Ela o olhou sentando-se ao seu lado, estava aturdida com o que acabará de acontecer. Ela pensou na hipótese de engravidar logo, certamente se isso acontecesse não seria mais obrigada a fazer amor com ele.

- Com o tempo você ira se acostumar Lu... irá aprender com o tempo. – disse ele a olhando.

Lua corou fortemente.

- Eu sei que essas conversas te deixam encabuladas, mas entre um casal essas coisas são normais...
- Se nós fossemos um casal normal eu concordo, mas não somos...
- Você se esqueceu da promessa que fez? – perguntou ele a mirando.
- É claro que eu não me esqueci...
- Então aqui somos um casal mais do que normal...
- Eu não quero mais discutir esse assunto. – disse Lua seca.
- Mas não há o que ser discutido... eu cumpro a minha palavra e quero que você cumpra a sua...
- Com relação a isso pode ficar tranquilo. – disse ela lançando-lhe um sorriso sarcástico.

Lua percebeu que Arthur agora olhava distraído para o lado. E pela primeira vez ela ousou a olhar o corpo dele. Sua pele era branca e macia, suas coxas eram bem torneadas, seu abdômen definido. Olhou atentamente para o rosto dele, era como se nunca o tivesse visto realmente. Tinha traços marcantes, uma boca bem delineada, sem barba que o deixava com um ar displicente, os olhos castanhos profundos, o cabelo levemente penteado com um topete, que balançavam ao menor movimento. Seu rosto não aparentava a idade que tinha, se não soubesse quem era lhe daria no máximo 22 anos.

- Que foi Lua? – perguntou ele a mirando.
- Ah!? Nada... – disse ela virando o rosto rapidamente – eu estava pensando apenas...
- Isso eu percebi...
- Se não se importa eu vou tomar banho no boxe...
- Me importo sim... – disse ele sorrindo – eu vou te dar banho...

[...] Continua!

                   Capítulo : 25



Lua estava no carro olhando para a paisagem que passava rapidamente por seus olhos rapidamente. Os rio Sena margeava os campos tornando as paisagens verdes. A paisagem ia se modificando rapidamente, agora começava a ficar mais urbana.

- Onde nós vamos Arthur? – perguntou ela curiosa.
- Está quase anoitecendo... – disse ele pensando – vamos no Arco do Triunfo e ver a Torre Eiffel... o que você acha?
- Eu estava louca para ver eles a noite... eu já vi umas fotos... – disse empolgada, com um sorriso infantil no rosto.
- Eles ficam muito mais bonitos pessoalmente, principalmente a noite... – disse Arthur. – Nós vamos jantar...
- Onde?
- Surpresa... – disse Arthur sorrindo.
- Começou termina...
- Comecei de propósito... não tem coisa melhor do que te ver aflita de curiosidade...
- Como você é chato! – disse ela mostrando a língua. – Eu não vou mais dizer nada...

Arthur riu. Ela tinha lhe virado a cara, e parecia absorta olhando pelo vidro de cara amarrada. Falou em um francês rápido com o motorista que os deixaram em uma suntuosa praça.

- Está pronta para andar Lua?
- Estou... – disse ela sorrindo.
- Ele só nos virá buscar de madrugada...
- Não tem problema... vamos Arthur?! Por favor...
- Calma! Não temos pressa... – disse rindo.

Andavam entre as pessoas de mãos dadas entre as pessoas, conversavam sobre coisas banais e riam. A cidade trazia sem duvida ares de paixão a qualquer casal. Por mais que esse de fato fosse Arthur Aguiar e Lua Blanco. Andaram pouco até Lua avistar o Arco do Triunfo. Ela olhou para o marido que estava ao seu lado e sorriu, atravessaram a rua praticamente correndo.
- É maravilhoso de perto... – disse ela.
- Concordo com você... o acho mais bonito a noite... – disse Arthur puxando Lua mais para perto. – Você conhece a história não?
- Claro que sim... Napoleão construiu ele em homenagens as guerras ganhas pelo exercito francês...
- Isso mesmo... boa aluna de história.
- Apenas de história francesa... – disse ela rindo. – Não me pergunte mais nada de história que eu não vou saber te responder!
- Era a minha matéria favorita da escola...
- Quem diria que Arthur Aguiar gostasse de história!?
- Senti um pouco de ironia hein lu! – disse ele rindo.
- Só um pouquinho. – disse ela enquanto passavam por baixo do arco – Onde vamos agora...
- Pegar um táxi! – disse ele – Não gosto muito de andar...
- Quem foi que me disse que iríamos andar?! – enfatizou Lua rindo.
- Mudei de ideia... – falou Arthur rindo.

Pegaram o primeiro táxi que passou na rua. Arthur falou rapidamente em francês, dando as coordenadas para o motorista. Lua olhava encantada para a cidade toda iluminada. Não era a toa que a chamavam de Cidade das Luzes.

- Chegamos... – disse Arthur pagando ao motorista.

Lua olhou ao fundo. Ali atrás dela estava a Torre Eiffel, conhecida um dia como a Dama de Ferro. Ela estava totalmente iluminada por luzes que saiam de todos os pontos principais.

- É melhor nos apressarmos... – disse ele.
- Para onde?
- Você já vai ver...
Andaram rapidamente em direção a torre. Aproximaram-se e encontraram um elevador, Arthur a puxou para dentro. Subiram intermináveis metros. Altura amedrontava ela um pouco, mas nada a iria impedir de aproveitar aquela paisagem, considerada por muitos uma das mais bonitas do mundo.

- Chegamos... – disse ele entrando no restaurante da torre.
- É maravilhoso... – disse ela emocionada – Eu... não sei o que dizer de novo poxa...
- É melhor você não dizer nada... apenas curta Lua!
Um garçom aproximou-se deles e os levaram até a mesa. A paisagem entorpecia tanto Arthur quanto Lua. Ele poderia ir ali todos os dias, mas era algo mágico. Olhou a mulher a sua frente, parecia ainda mais bonita perante aquela beleza toda. Ela olhava fascinada para tudo, queria gravar todos os momentos em sua mente, tinha que tirar fotos, levar para sua mãe poder vê-las. Tirou o celular da bolsa e tirou uma foto.

- Esqueci de trazer a maquina... – disse Arthur.
- Eu nem lembrei...
- E nem ia... você estava eufórica...
- Não é verdade...
- A não!? Você não ficava quieta Lua... – disse ele rindo – Admite que você estava ansiosa para vir para cá...
- Ta... estava e muito... a cidade faz juizo a fama...
- Eu passei a melhor época da minha vida aqui Lua... conheci grandes pessoas nessa cidade... e também perdi muita gente aqui... – disse ele sério – Ela me trás muitas lembranças, não vou mentir. Nem todas são boas... – respirou fundo – Mas não consigo me desligar daqui, as lembranças boas superam as ruins...
Lua não tinha o que falar. Aquele não era o Arthur que conhecia. Paris parecia mexer realmente com ele, parecia mais sensível e mais presente ali. Ainda não tinha o escutado citar trabalho ou dinheiro. Era outro Arthur que estava ali a sua frente. Parecia consumido por uma essência nova, fazendo com que uma nova pessoa aflorasse de dentro dele.

- Sabe Arthur... por mais que as lembranças sejam ruins as boas sempre tem que as superar... por que nem só de coisas boas é feita a vida... – disse ela com simplicidade – temos que virar a pagina e continuar por mais difícil que seja... e eu te admiro por você conseguir superar – Lua sorriu – você é um homem corajoso...

Arthur mirou Paris do alto. Tantas coisas afloraram em sua mente. Tentou conter os pensamentos, mas eles simplesmente vieram como um turbilhão de sentimentos. Sabia que Lua o mirava, tinha dito mais do que planejara.

O garçom trouxera a comida, servindo os dois. Eles comeram calados. Agora o céu estava totalmente escuro e as luzes lá em baixo tornaram-se mais evidentes.

Os sete dias passaram rapidamente, foram a todos os pontos turísticos como: Mulin Rouge, Museu do Luvre, passearam pela Champs-Élysées, conheceram a Catedral de Notre-Dame, e fizeram muitas compras. O guarda-roupa de Lua estava totalmente reformulado com as novas tendências da moda parisiense. Eles se divertiam na noite parisiense como dois adolescentes, iam onde o vento os levasse.

- Onde vamos agora? – perguntou Lua curiosa.
- Temos que aproveitar a nossa ultima noite em Paris... você acha que eu vou deixar você se esquecer dessa viajem?
- Isso é impossível de esquecer... mas no que você está pensando?
- Mas meu Deus, como você é impaciente... como pode trabalhar como designar de joias? – perguntou ele interessado.
- O que isso tem haver?
- Você desenha o tempo todo, tem que ter paciência...
- Ah sim, mas essa paciência eu deixo somente para o meu trabalho... – disse ela rindo.
- Estou percebendo.. – disse ele a puxando enquanto caminhavam pela rua cheia de pessoas – quem vê você trabalhar acha que é a pessoa mais paciente do mundo...
- Afinal onde estamos indo?
- Calma, você consegue esperar um pouco?
- Acho que sim, mas não por muito tempo... – respondeu rindo.
- Os ares de Paris lhe fazem bem... – disse Arthur a admirando. – Nem parece aquela Lua mal humorada do Rio de janeiro...
- Muito obrigado pelo elogio. – riu ela. – digo o mesmo que você, parece um adolescente nessa cidade... se eu não o conhecesse no Brasil diria que você é uma pessoa desocupada que não faz nada da vida...
- Pois é... as aparências enganam não é verdade!?
- Concordo... elas nos enganam. – disse Lua séria – e como não é!?

Lua acordou indisposta, tinham comido em um restaurante dentro de um pequeno barco que navegava pelo Rio Sena. Levantou-se enrolada no lençol, seu estomago parecia revoltado. Ligou o chuveiro e deixou a banheira encher. Encostou a cabeça e fechou os olhos. Um barulho distante veio de encontro aos seus ouvidos.
- Pode entrar...

Arthur entrou no banheiro com apenas uma cueca Box. Olhou para ela.

- Tudo bem Lu?
- Ta... por que?
- Você não é de levantar cedo... – disse ele.
- Acho que eu comi alguma coisa que não me fez bem ontem, estou com um pouco de azia,
Nada demais...
- Você vai deitar de novo? – perguntou ele a mirando.
- Não... quero aproveitar o dia..- disse ela – vou andar um pouco...
- Tudo bem, se você não se importa eu vou voltar a deitar...
- Sem problema nenhum. – disse ela.

Lua passou amanhã inteira passeando pelos arredores do palacete. Adorava ficar perto da natureza, principalmente quando andava a cavalo. Tinham feito isso apenas uma vez essa semana. Uma senhora aproximou-se dela.

- Então você é a esposa do Sr. Aguiar?
- Sou sim... – respondeu Lua sorrindo.
- Ele é um menino de ouro... – disse a senhora – não deixe que ele sofra mais...
- Do que a senhora está falando?
- Seu marido já sofreu de mais, foi um menino muito carente... sem o pai e a mãe... ele viveu sozinho a maior parte a vida...
- Eu sei..
- Ele nunca trouxe ninguém aqui... – disse a senhora – você é a primeira pessoa que ele trás aqui neste lugar...
Lua não sabia disso. Tinha acreditado em tantas hipóteses que nunca perderá seu tempo tentando as confirmar.
- Só espero que perceba antes que o seu prazo vença... – disse a senhora mirando-a
- Do que a senhora está falando?
- Querida, as coisas esta na sua cara... basta olhar parra frente...
- Ele não tem nenhum parente vivo?
- A família dele é muito mais complicada que se tem conhecimento cara... você não foi a única prejudicada naquele acidente...

Lua ficou parada ali, não tinha reação. Como aquela mulher tinha conhecimento do acidente. Ela se afastou e desapareceu no meio da plantação, Lua ainda olhou tentando a avistar, queria questioná-la sobre o que tinha acabado de mencionar.



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