9 de jan. de 2013

Amor Por Contrato


                 
         Capítulos 115,116,117 & 118 .

- Na verdade, ainda não tivemos tempo para planejar uma.
- Oh entendo, eu e meu marido fizemos a nossa depois de três anos de casados, imagine só! - a mulher riu.
“O meu casamento não vai ter nem mais três meses...” - ela novamente teve vontade de responder.
Para sua sorte o jantar começou a ser servido e a mesa ficou mais silenciosa. Depois de por fim terem comido a sobremesa a mesma mulher voltou a falar-lhe:
- Eu achei o seu vestido magnifico! - ela disse sorrindo de forma sincera – A cor ficou perfeita junto com o contraste dos seus cabelos.
- Obrigado. Eu devo admitir que estou encantada é com a cor do seu vestido - Lua disse a verdade um tanto encabulada – Na verdade eu acho que deveria ter colocado algo mais colorido.
- Bobagem! - a mulher disse lhe dando um tapinha mão.
- Concordo com Lua... uma cor mais chamativa lhe cairia muito bem. - Perola disse tentando usar aquele tom de “melhores amigas”.
- Eu acho que ela esta linda. - a mulher disse calma – Creio que à noite cores muito chamativas não caem tão bem. A menos é claro para as prostitutas... - a mulher disse parecendo inocente.
- Uma cor mais viva deixa qualquer mulher mais provocante e sexy. - Perola disse parecendo tentar persuadir a mulher.
- Não concordo com você. Dependendo da mulher e do vestido que ela usa, serve apenas para deixá-la vulgar. - um brilho de desafio apareceu nos olhos de Perola, mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa a mulher continuou parecendo bastante relaxada - Eu na verdade achei o seu vestido bem vulgar. Vulgar até de mais. - a mulher disse sem rodeios olhando Perola de frente.
Por alguns segundos Perola pareceu envergonhada e então soltou um sorrisinho levantando:
- Todos tem uma opinião diferente. Se me dão licença, vou buscar outra taça de champanhe. - e saiu pisando firme.
- Desculpe. - a mulher falou para Lua – Por algum motivo eu não a suporto.
- Partilhamos do mesmo sentimento. - Lua disse divertida velo olhar envergonhado da mulher.
Minutos se passaram e felizmente Perola não havia voltado.
- Vou ao banheiro. - Arthur disse junto ao seu ouvido enquanto ela e a mulher conversavam sobre receitas de bolos.
- Tudo bem, vou lhe esperar aqui. - ela disse sorrindo enquanto Arthur se afastava.
- Estou começando a ficar preocupada com Arthur. - Lua confidenciou para a sua nova amiga.
- Relaxe. Deve ter encontrado alguém conhecido e ter ficado falando de negócios.
- Chame de instinto se quiser mas sinto que algo não vai bem.
A mulher a olhou por alguns segundos antes de dizer:
- Se é assim, talvez fosse melhor você ir atras dele... Não creio que esteja bêbedo, mas pode ter esquecido o número da mesa ou algo assim.
Lua duvidava muito desta hipótese mais mesmo assim levantou-se pediu licença aos demais e começou a caminhar em direção aos banheiro com os olhos correndo por todos os lados.
Chegando ao jardim com a iluminada piscina ela correu os olhos pelos casais e seu olhar parou detectando Perola... e Arthur.
Seus pulmões doeram e ela se lembrou de respirar... Aquele era Arthur conversando com Perola? Mais é claro que aquele era o Arthur!
Respirando fundo ela caminhou até eles.
- Arthur, quero ir pra casa. - ela disse em um tom alto e confiante.
Céus, como estava com raiva.
- Lua, eu estava conversando com Perola... - ela o interrompeu
- Eu percebi. - ela o cortou - Você vai me levar pra casa ou devo chamar um táxi?
Arthur a olhou em silencio por vários segundos, assim como Perola, que parecia surpresa com a sua reação.
- Claro que vou te levar. - ele disse tentando sorrir.
- Mas ainda é tão cedo e... - Foi a vez de Perola ser interrompida por Dulce
- Cala a boca. - Lua disse encarando a mulher de frente – Eu estou falando com a o meu marido, não com a prostituta dele.

Continua..

               Capítulo 116
 

Arthur pareceu tão chocado quanto Perola com a resposta, mas ela não esperou para ver ser algum deles diria alguma coisa, apenas virou as costas e começou a ir em direção a porta da saída.
Logo Arthur estava do seu lado com o maxilar apertado, acompanhando-a até o local onde o carro os estava esperando.
Nenhum dos dois falou uma palavra se quer até chegarem em casa.
Arthur mal tinha parado o carro e Lua já tinha pulado para fora. Ela sentia a raiva correndo por suas veias e pode jurar que estava prestes a matar alguém.
Digitou o código de segurança e entrou na casa com os passos rápidos:
- Você não pode me dizer o que esta acontecendo? - ele perguntou enquanto ela ia em direção as escadas.
- Nada para de falar. - ela gritou brava.
Nunca sentirá tanta raiva na vida!
- Sera que dá pra esperar antes de me acertar com a pia da cozinha ?! - ele perguntou irônico a seguindo pelas escadas – Se eu ao menos soube o porque você esta tão brava eu... - ela o interrompeu aos gritos:
- Eu não aguento isso Arthur!
- Aguenta o que? - ele quis saber começando também a gritar.
Ela sentiu as lagrimas começarem a cair de seus olhos e não as impediu, deixou que viessem.
- Até quando vamos ficar brincando de casinha ? De papai e mamãe ? Eu não aguento mais isso! - ela gritou sentindo o corpo todo tremer de raiva – Eu não sou uma idiota Arthur, então não tente me fazer parecer uma! Se quer tanto transar com Perola, não pode ao menos esperar para fazer isso em um lugar onde não tenha tanta gente?
- Do que você...?! - ele intendeu e correu a agarrando pelos ombros – Não seja tola eu não estava flertando com Perola! Você me conhece bem o suficiente para saber que eu nunca faria isso! - ele a sacudiu pelos ombros – Ainda mais agora que as coisas entre nos estão cada vez melhores!
- Na cama você quer dizer, porque é só lá que as coisas ficam realmente boas entre nos. - ela não parava de gritar
- Não faça isso Lua. Não tente tornar feio uma coisa tão bonita que esta nascendo entre nós.
- E o que esta nascendo entre nos Arthur? - ela gritou lhe dando tapas por todo o peito musculoso.
- Eu não sei, mas é algo que eu quero preservar. - ele disse agora com a voz baixa – Eu fui até o banheiro e saindo de lá encontrei Perola, ela me disse que Jack Duarte queria me falar um segundo e eu fui ao encontro dele, quando você chegou ele tinha ido a procura de um ponche. - ele explicou enquanto ela mordia o lábio inferior se recusando a soluçar - Não vou brigar com você por causa de um ataque de ciúmes... Vamos para a cama e … - ela o empurrou com força sentindo o orgulho ferido.
- Você já me trouxe pra casa, pode voltar a aproveitar o resto da noite com a Perola. Eu não me importo contanto que seja discreto... - ela mal podia acreditar no que ouvia.
- Lua... - ele tentou recomeçar a falar, mas ela voltou a interrompê-lo
- Eu vou pro meu quarto. - ela anunciou em um tom que garantia que não havia outra opção – Sinto muito mas não vou poder diverti-lo essa noite.
- Não fale como se fosse uma prostituta. - ele disse apertando novamente o maxilar
- E isso faz alguma diferença pra você?
Ele não pode responder porque a porta grande e pesada do antigo quarto dela havia se batido com força, deixando
 todo o corredor em silencio.

               Capítulo 117


- NÃOOO! - Sophia disse com os olhos arregaladas e as mãos na boca – Você não fez isso! 
- Sim, eu disse. - Lua respondeu sentindo aquela pontada de satisfação.
Sophia parecia terrivelmente apavorada... Também puderá, até mesmo Lua ainda estava surpresa com a própria atitude na noite anterior.
- E depois? - Sophia perguntou curiosa – O que ela falou?
- Ela não disse nada. - Lua falou dando de ombros – Também não lhe dei tempo para fazê-lo. Virei as costas e saí.
- E Arthur lhe acompanhou ou ficou com ela? 
- Sim. - ela disse de maneira fria.
Sophia estreitou os olhos como se quisesse ver por dentro de seus olhos:
- Vocês brigaram não é?
- É... mais ou menos... - Lua disse na retaguarda tentando esconder a aflição
- Qual foi a desculpa de Arthur?
- Ele disse que estavam falando com um tal de Jack Duarte, e que o homem tinha saído em busca de um ponche quando eu cheguei.
- E se Arthur estiver falando a verdade?
Lua ficou alguns segundos em silencio... Já havia perdido a conta de quantas vezes se fizera aquela mesma pergunta durante a noite.
- As coisas não mudariam tanto assim. Com o vestido que Perola estava usando não acho que ficar na companhia dela tenha sido um grande sacrifício.
- Ah, agora eu entendi! - Sophia disse soltando uma leve risadinha
- Entendeu o que? - Lua perguntou tendo quase certeza de que se zangaria com a resposta.
- O motivo de você estar brava não é o fato de Arthur tê-la deixado sozinha alguns minutos e sim o fato dele ficado alguns minutos com Perola.
- Esta insinuando que eu estou com ciúmes? - Lua perguntou irritada
- E não esta? - Sophia a desafiou.
- Claro que não! - Lua rebateu indignada
- Não minta! - a loira disse com aquele sorrisinho – Isso é puro e total ciúme!
- Não seja idiota!
- Então porque ficou tão brava quando viu os dois juntos?
- Sophia ele é meu marido! - ela disse balançando as mãos – E deixamos bem claro desde o inicio sobre a discrição que deveríamos ter sobre relacionamentos fora do casamento.
Sophia pensou um pouco e teve que concordar:
- É verdade, me lembro de termos exigido discrição.
- Então! - Lua disse parecendo aliviada – Ele estava flertando com ela em publico e na frente de toda aquela gente!´Eu não vou passar por idiota!
- Tem certeza que é só isso Lua? - Sophia parecia desconfiada
- É claro! Porque não seria?
- Porque existe um jeito muito fácil de dar o troco nisso... - o olhar de Sophia era divertido e diabólico ao mesmo tempo.
- Sobre o que você esta falando?
- Saia com outro cara. Dê o troco em Arthur. Mostre pra ele como é bom ser passado pra trás.
Lua sentiu os cabelos da nuca se arrepiarem. Sair com outro cara? Sophia estava maluca?
- Eu nem sequer conheço tantos homens assim aqui.
- Você não, mas eu sim. Se quiser te apresento um amigo o nome … - Lua a interrompeu
- Eu não vou sair transando com qualquer um!
- E quem falou em sexo? Sai, jante e deixe Arthur morrendo de ciúmes assim como ele fez com você.
- Eu não fiquei com ciúmes! - ela rebateu na mesma hora parecendo ofendida
- Tudo bem... - a loira disse revirando os olhos - … você não ficou, estava apenas preservando a imagem de seja lá o que for! Olhe pense bem, se você fizesse isso … - o barulho da porta as interrompeu. Arthur havia chegado em casa.
As duas ficaram em silencio e segundos depois Arthur apareceu se juntando a elas:
- Soph. - ele disse forçando um sorriso – Como você esta?
- Bem e de saída. - a loira informou ignorando o olhar suplicante de Lua
- E o bebê?
- Arg.. continua me deixando enjoada. - ela fez uma careta e logo foi na direção de Lua lhe dando um abraço – já sabe.. se precisar.
- Não vou precisar. - ela garantiu sabendo perfeitamente do que Sophia se referia.
- Você que sabe. Mas é uma boa ideia! - ela acrescentou indo em direção a porta – Tchau! - ela gritou já do lado de fora. 


Continua.. 

              Capítulo 118


Assim que Lua ouviu o “tchau” de Sophia, virou-se sem encarar Arthur e começou a caminhar em direção as escadas.
- Temos que conversar. - ele disse logo atras dela
- Temos? - ela perguntou parando e o encarando por cima da ombro
- Sim. E você sabe. - ele insistiu
- Sei? - ela disse cruzando os braços em frente ao peito
- Vamos ficar nisso? - ele perguntou com ar zombeteiro
- Vamos? - ela provocou com o típico brilho de desafio nos olhos
Arthur suspirou mostrando impaciência e logo tratou de também cruzar os braços.
- Porque tem quer ser sempre tão estressante brigar com você?
- Estressante?
- Chega! - ele explodiu – Você parece uma criança quando age desse modo.
- Oh, então deveria subir para o meu quarto e como castigo ficar sem jantar para pensar no que eu fiz? - ela estava mesmo disposta a brigar
- Sim, talvez devesse. - ela fez menção a começar a subir as escadas mas ele tratou de dizer – Mas não agora. Primeiro vamos conversar.
Ela parou no primeiro degrau da escada e o olhou com impaciência:
- Porque eu tenho a impressão de que não vou gostar da conversa?
- Porque você realmente não vai. - ele disse sincero.
- Então vai lá, comece. - ela provocou voltando a cruzar os braços
Arthur ficou alguns minutos em silencio, pensando nas palavras certas para usar e de repente começou a falar:
- Você estava enganada ontem. - ele suspirou – Eu não estou nenhum pouco interessado em Perola. Como eu lhe disse estávamos com Jack Duarte e por coincidência quando você chegou ele tinha ido buscar uma bebida. E cale a boca, só eu falo. - ele tratou de avisar quando ela abriu a boca para retrucar – Você me disse que não aguenta mais brincar de casinha… eu também não aguento mais brigar com você por causa da Perola.
- Posso falar agora? - ela perguntou em um tom brincalhão.
- Porque você não gosta da Perola?
“Porque a Sophia tem razão, eu morro de ciúmes de você”
- Eu simplesmente não gosto dela.
- Simples assim? Sem motivo nenhum?
- Simples assim. - ela garantiu dando de ombros.
Arthur suspirou. Estava a cada dia mais difícil entender Lua... Porque mulheres tem sempre que ser tão complicadas?
Um silencio bastante significativo pairou sobre eles.
- Ontem … - ela começou insegura e gaguejando – Quando você disse que... que.. quando você deu a entender que tinha algo entre nos...
- Eu estava falando a verdade. - ele garantiu - Nos dois sabemos disso e eu estou disposto a fazer qualquer coisa para que possamos tentar, não sei, talvez ficar juntos.
O coração de Lua passou a bater em uma pulsação desenfreada enquanto os pensamentos voavam afoitos em sua cabeça. Um brilho de esperança estava brotando de algum lugar no seu peito...
- Qualquer coisa? - ela perguntou enquanto ele dava um passo a mais para frente.
Ele apenas assentiu e continuou se aproximando. Ele encarou Lua diretamente nos olhos parando em sua frente a pouca distancia, e ela agradeceu por ter continuado no primeiro degrau da escada, porque agora, ambos estavam da mesma altura.
- Qualquer coisa … - ele garantiu com a boca a milímetros da dela.
Lua sentia a respiração dele contra sua pele... a aproximação... a boca... Tentando pensar com clareza ela pediu:
- Demita Perola.

Continua..

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