9 de jan. de 2013

'' Barriga de aluguel ''


           

          Capítulos : 30,31,32,33 & 34 .




- Quanto tempo vai durar o exame Mariana? – perguntou Lua olhando Claudia na maquina de ressonância.
- Cerca de três horas Lua. Parece que tem que ser bastante detalhada.
- Se você quiser em comer alguma coisa pode ir... eu vou ficar aqui com a minha mãe Mariana.
- Vou tomar um café então. – disse Mariana – Você vai querer alguma coisa?
- Não... estou sem fome.
- Mas você vai comer. – disse Arthur – Não tomou café da manha. O que você quer Lua
- Eu já disse que não quero nada...
- Entendi. – disse ele – Você quer um suco de laranja e um lanche natural. Que bom! Vou pegar.

Lua crispou a boca. Não iria brigar com ele ali na sala de exames. Respirou fundo ao ver Arthur sair pela porta com Mariana logo atrás. Lua saiu da cabina e sentou-se no sofá da sala de espera. Pegou uma revista que estava sobre a mesinha ao seu lado. Folheou-a durante longos minutos. O tempo se arrastava, estava ansiosa. Na ultima pagina da revista encontrou um pequeno resumo do que seria a próxima revista.

As fotos do casamento de Arthur Aguiar.

Na próxima edição da revista vocês verão com exclusividade as fotos tiradas do casamento de Lua Blanco e Arthur Aguiar.

Lua achou aquilo estranho. Arthur tinha lhe garantido que não haveriam fotos nas revistas. Olhou a data da edição, tinha sido lançada apenas alguns dias após seu casamento. Odiava essa pressão da mídia em cima deles. Não podiam sair de casa sem ter um paparazzi os seguindo. Começava a se acostumar com isso, mas não estava sendo nada fácil.

Arthur ia em direção a lanchonete. Mariana estava ao seu lado calada.

- Pensou no que eu te disse? – perguntou Mariana interrompendo o silencio.
- Não tenho o que pensar... já não me lembro do que você disse... – disse ele aproximando-se do caixa.
- Você tem uma memória fraca.
- Apenas para o que me interessa Gabriela.
- Não me chame assim. – disse ela assustada.
- E por que não? Você não tem nada a esconder. – disse ele rindo.

Arthur pediu o lanche de Lua e o seu. Mariana o acompanhou. Pegaram a comida.

- Agora sou eu quem vai perguntar uma coisa. – disse Arthur sério. – Porque você ainda teima em ficar ao lado da Claudia?
- Por uma coisa que você não iria entender. – disse ela.
- Se você não me falar eu não irei compreender mesmo... – disse ele caminhando rapidamente entre os corredores.
- É simples... – disse ela respirando fundo. – eu sou irmã de Lua.
- COMO!?
- Isso mesmo Arthur. – disse Mariana. – Claudia não me reconheceu. Meu nome não é Gabriela e sim Raquel. Alem do que minha mãe acredita que eu estou do outro lado do mundo ou morta.
- Lua nunca falou de você. – disse ele desconfiado. – eu saberia se isso fosse verdade.
- Claro que não... ela não sabe da minha existência. Claudia nunca contou isso a ninguém. Eu sou meia irmã de Lua na realidade, apenas por parte de mãe.
- Eu não estou entendendo nada. – disse Arthur confuso.
- Eu vou te explicar. – disse Raquel/Mariana/Gabriela .
- Não podemos demorar.
- Não tomarei nem cinco minutos do seu tempo.

“Minha mãe, no caso a Claudia quando tinha 17 anos apaixonou-se por um colega da mesma sala. O nome desse homem era Francisco. No primeiro momento ele nem sequer a notou, o que mudou rapidamente quando começaram a estudar juntos. Eles se tornaram amigos inseparáveis, iam a todos os lugares juntos. Claudia ficava cada dia mais apaixonada por ele, mas ninguém sabe ao certo se ela era correspondida. E depois de muito trabalho por parte de Claudia, os dois começaram a namorar.
Meus avós maternos não aprovavam o namoro, pois o garoto não tinha uma das melhores famas do bairro, mas do mesmo jeito minha mãe continuou a se encontrar ele. Eram apenas beijos e abraços, nada alem disso. “
- Continua. – encorajou Arthur.

“ Eu não sei ao certo essa parte, mas parece que Claudia e Francisco enjoaram de ficar apenas nos abraços e beijinhos. Resolveram que deveriam experimentar aquilo que todos os adultos falavam. E lá foram eles. Ao certo quantas vezes eles transaram eu não sei e também não quero saber. O que aconteceu é que ela engravidou. Quando eles descobriram entraram em pânico sem saber ao certo que fazer, os pais de minha mãe eram extremamente conservadores e nunca a entenderiam. Então Claudia resolveu sumir de casa até ter a criança. Francisco deu a ideia de um aborto, mas Claudia não aceitou e disse que iria levar a gestação até o final e depois iria decidir o que fazer.
Francisco era filho de uma das famílias mais ricas do Brasil e a manteve em uma casinha no interior onde Claudia teve uma menina. Ela a principio queria ficar com a menina, mas Francisco a convenceu dar a criança para um casal que não podia ter filhos. E ela o fez, entregou para o casal e voltou para casa. Os meus avós quando viram a filha voltando ficaram exultantes, pois acreditavam que ela havia sido sequestrada e que Francisco havia pagado uma fiança. Eles sustentaram a história para qualquer pessoa que perguntasse o que havia acontecido. Com o tempo foram se afastando, já não sentiam mais nada um pelo outro. Foi quando minha mãe conheceu Billy, o pai de Lua e seu pai conheceu sua mãe. ”

- Você quer dizer que... esse Francisco... – falou Arthur fraco.
- Isso mesmo Arthur. – disse ela o encarando – esse Francisco é o seu pai. Francisco Aguiar.
- Você só pode estar mentindo para mim.
- Não... eu não estou. Queria estar. – disse ela séria. – descobri isso à pouco tempo. Só peço que não conte isso a Lua.
- Eu... eu não contarei isso a ela. – disse ele transtornado. – não por enquanto...
- Eu lhe peço que para ninguém saiba disso...
- Claudia já sabe quem você é?
- Não... eu não sei como contar a ela... – suspirou Raquel – preciso de mais um tempo.
- Você que sabe, não sou eu quem irei contar. – disse Arthur dando as costas a ela. – com relação a isso pode ficar tranquila.


Continua.


               Capítulo : 31 


Arthur caminhava desolado com o que acabará de descobrir. Ele era irmão de Raquel e consequentemente Lua também. Colocou a mão sobre a cabeça, isso não estava planejado. Como poderia contar a Lua, certamente aquele não era o momento mais propício para isso. O lanche dela ainda estava em suas mãos. Andou depressa, um medo absurdo tomava conta dele. E se Raquel simplesmente resolvesse contar para Lua? Não permitiria que isso acontecesse.

- Você demorou Arthur. – disse Lua levantando-se.
- Trouxe seu lanche. Agora sente-se e coma tudo.

Lua o fitou por alguns instantes. Ele estava pálido. Nunca o virá daquela maneira, parecia inseguro e incomodado com alguma coisa.

- Aconteceu alguma coisa Arthur? – perguntou Lua.
- Não, não aconteceu nada. Por que a pergunta? – ele entregou o lanche a ela.
- Você está pálido.
- Impressão sua Lua. Agora coma o lanche.

Lua tomou um pouco de suco e mordiscou o lanche. Seu estomago revirou bruscamente e ela colocou a comida de lado. Olhou-a com repulsa, sabia que se colocasse aquilo na boca iria vomitar logo em seguida.

- Você tem que comer...
- Não dá caramba! – disse ela irritada – não consigo. O gosto do suco me enjoou. E não consigo sentir o cheiro do lanche.
- Tenta mais uma vez.
- Eu não quero e ponto final. Não vou comer isso e nem tomar o suco. Pode esquecer, se quiser coma você.
- Não precisa falar desse jeito. – disse ele seco.
- Então pare de insistir.
- Faça o que você quiser então. – ele deu ombros – você é muito teimosa. Eu desisto, a hora que você quiser comer, vá e compre.
- Pode ficar tranquilo que não pedirei para você. Mais uma coisa... – ela jogou a revista nele – de uma olhada na nota que saiu na ultima pagina.
- Se for de fofoca...
- Não é... – interrompeu Lua - leia antes de falar alguma coisa. Pode ficar tranquilo que não é sobre a sua ex- noiva também.
- O que tem ela? – perguntou indiferente.
- Apenas esqueci-me de lhe agradecer por ter a convidado para o nosso noivado. – ela sorriu cinicamente.

Ela mudou de lugar, ficando o mais distante dele possível. Viu que ele leu a nota algumas vezes seguidas.

- Você já devia ter se acostumado com a imprensa. – disse ele finalmente.
- Não, muito obrigado. Não quero ter a minha vida vigiada por gente que não tem nada o que fazer.
- Se você não sabe, saíram fotos nossas em Paris em varias revistas.
- Fico feliz por isso. – resmungou Lua. – não sabe o quanto isso me deixa contente.
- Eu vou dar uma volta. – disse ele – já vi que não da para ser gentil com você. – ele levantou-se – daqui a uma hora estarei de volta. Iremos pegar o exame de sangue juntos. Não vá sem mim por favor Lua.
- Claro que lhe esperarei Sr. Aguiar. Vai querer teste de dna?
- Não seja estúpida. – disse ele irritado – agora se me da licença vou andar um pouco. Se precisar estou no celular.
- Estúpida é a...
Lua viu que não adiantaria retrucar, ele já havia saído. Ela refletiu e perceberá que tinha sido rude com ele, mas Arthur estava sempre a provocando. Não que isso tivesse realmente acontecido naqueles instantes que passaram ali na sala de espera. Ela se recriminou por te-lo tratado daquela maneira, parecia transtornado quando chegará para lhe entregar a comida. E ela nem ao menos insistirá para saber o que havia acontecido. Olhou para o relógio, ainda faltavam longos 30 minutos para pegar o exame que confirmaria ou não sua gravidez.

Arthur não conseguia pensar com clareza. Sua mente borbulhava de pensamentos e imagens. Raquel aparecia neles em sua maior parte. O que havia acabado de descobrir ecoava fortemente em sua cabeça. Deu varias voltas no quarteirão do hospital sem saber o que fazer. Como iria administrar essa questão. Nunca lhe passará por sua cabeça que pudesse ter uma irmã bastarda. Seu pai era tão integro e justo e Claudia transpassava a mesma coisa. Quando iria imaginar que os dois um dia se conheceram?! E que tiveram uma filha juntas. Isso era inconcebível. Raquel poderia estar simplesmente mentindo para ele, para que ele lhe desse uma parte da fortuna da família, mas não era o que parecia. E algumas coisas começaram a se encaixar. Esse podia poderia ser um dos motivos para seu pai ter exigido que se casasse rapidamente após a sua morte. Tinham vivido pouco tempo juntos, eles sempre estavam em outros países. Durante toda sua infância fora criado por Germana, os vias apenas uma vez por ano, até a pouco tempo atrás quando ocorrerá o acidente tirando a vida deles.

Sua cabeça latejava. O que eles estaria fazendo naquele local quando sofreram o acidente?! Não sentia realmente falta deles, mas os amavam. Afinal eram seus pais apesar de toda a distancia que os envolviam. Arthur respirou fundo. Lembrou-se do pedido de Sol. Tinha que se encontrar com Carla rapidamente. Pegou o celular.
- Carla sou eu. – disse ele tenso.
- Olá Arthur. O que aconteceu para estar me ligando? Já enjoou da sua designer? – perguntou ela rindo do outro lado da linha.
- Não te liguei com esse objetivo.
- O que queres então?
- Sol disse que você precisa me falar algumas coisas. – disse ele tentando parecer tranquilo.
- Ah sim... é verdade. Preciso conversar com você o quanto antes se possível. Quem sabe não temos um revival depois.
- Quando posso lhe encontrar?
- Amanhã... a tarde. Na hora de almoço.
- Pode ser.. onde?
- No mesmo restaurante de sempre. Agora preciso desligar querido. Nos vemos amanha.
- Nos vemos amanhã então. – disse ele desligando.

Arthur olhou o relógio. Estava na hora de encontrar Lua para poderem ir buscar o exame. Seu coração palpitou fortemente em lembrar que ela poderia estar esperando um filho seu. Andou apressado em direção ao hospital. Ao longe viu Lua caminhando em direção ao ambulatório.
- Onde você vai Lua?
Ela assustou-se.

- Vou pegar o exame oras. – disse ela o encarando.
- Te pedi para me esperar.
- Olha o horário. Estou te esperando a mais de meia hora. Achei que você não vinha, por isso resolvi vir pegar sem você.
- Ok... então vamos lá.

Em chegaram no ambulatório e em poucos segundos já tinham o exame nas mãos.

- Quem abre? – perguntou Lua.
- Você...
- Não... você.
- Ok... eu abro então. – ele pegou o envelope nas mãos. – Se der negativo continuaremos a tentar certo.
- Sim... e se der positivo?
- Continuaremos a nos divertir. – ele riu.

Lua o olhou torto. Viu ele abrir o envelope e tirar o papel branco de dentro. Ele lia cada linha atentamente. Seu feição foi mudando a cada instantes. Ele estava sério.

Arthur colocou o papel novamente dentro do envelope. O fitou por um pequeno instante. Encarou Lua e em num movimento rápido a abraçou firmemente. Ela percebeu no mesmo momento o que aquilo significava. Estava realmente grávida. Eles fitaram, os rostos aproximaram-se e deram inicio a um longe e sereno beijo. Se separaram sem saber ao certo o que fazer. Arthur entregou o envelope para ela e saiu andando. Lua olhou confusa para ele.
- O que eu fiz dessa vez? – perguntou ela alto.
- Você não fez nada – disse ele virando-se – fui eu que fiz. Não devia ter te beijado.
- E por que não?
- Não sei... se você não quiser isso não ira voltar a acontecer. – ele aproximou-se dela novamente.
- Estamos num hospital. – disse ela o alertando.
- Sei onde estamos – disse ele roucamente – obrigado Lua. Não sei nem o que dizer na realidade...
- Não precisa dizer nada.

Ela o abraçou. Ficaram ali por um longo tempo. Lua tinha tantos planos para o futuro agora. Ela pensou que dali a um pouco mais de um ano teria que deixar seu filho com Arthur, isso seria uma coisa que não poderia permitir. Não conseguiria viver sem ter o seu filho ou filha ao seu lado. Seria provavelmente sua condenação.

- Arthur...
- O que foi? – perguntou ele.
- Quando nos separarmos... quando o contrato tiver terminado... – ela respirou fundo – com quem ficara o bebe?
Ele foi pego de surpresa. Pensou em Raquel, e tomou sua decisão. Não iria fazer o que seu pai fez com Claudia, abrigando-a entregar a criança. Mesmo que o caso deles fosse diferente e que Lua fosse entregar a criança para ele. Sabia que isso seria assinar a sentença de morte dela.

- Ficará com você se assim quiser. – disse ele sério.
- Você está falando sério?
- Sim... estou. O bebe ficará com você. A única coisa que eu lhe peço é que deixe ele ficar comigo as vezes.
- Claro que eu deixarei. – ela sorriu. – obrigado. Achei que você me obrigaria a deixar ele com você.
- Eu sei que isso seria o fim para você. Ele ou ela morara com você. Tem a minha palavra.

                                 Capítulo : 32

O exame de Claudia terminou horas depois com um resultado detalhado. Era aquele o exame que daria o aval final. Era o ultimo de uma série de exames que já havia feito.

- Terrível ficar três horas deitada naquela maquina. – disse Claudia entrando no carro com a ajuda do enfermeiro. – Espero que tenha valido apena.
- A senhora vai ver como valeu. – disse Raquel.
- Onde você esteve Mari? – perguntou Lua. – Não te achei em lugar nenhum.
- Fui passear um pouco. – respondeu Raquel indiferente.

Arthur lançou um olhar rápido a Raquel antes de entrar no carro.

- Tem um parque muito bonito aqui perto. – disse Raquel.
- Onde fica? – perguntou Claudia.
- Algumas quadras daqui... se a senhora quiser eu a levo um dia desses la.
- Adoraria. – respondeu Claudia.
- Arthur... vamos? Minha mãe deve estar querendo descansar. – falou Lua.
- Vamos sim. – disse ele. – a senhora não quer ir em casa D. Claudia?
- Não querido. Quero descansar. Irei outro dia pode ser?
- Claro que sim mamãe. – respondeu Lua. – eu fiz o exame mãe.
- O que deu? – perguntou ela ansiosa.
- O que já esperávamos. – Lua sorriu.
- Parabéns filha. – disse Claudia animada. – parabéns Arthur. Vocês serão ótimos pais.
- Parabéns. – disse Raquel esboçando um sorriso. – você está de quanto tempo Lua?
- Não sei. Pretendo marcar o médico para essa semana.
Deixaram Claudia e Raquel em casa e partiram.

- A Mariana estava estranha, não Arthur? – perguntou Lua pensativa.
- Não percebi... na realidade não prestei atenção. Mas mudando de assunto, posso ir ao médico com você?
- Claro que pode. Você tem todo o direito.

Lua estava cansada. Queria deitar um pouco e dormir. Estava morta de sono. Chegou em casa e subiu direto para o quarto. Não tinha fome nem sede, apenas queria deitar e dormir até o outro dia. Já tinha tirado o dia para poder levar sua mãe para fazer o exame, não poderia faltar amanha. Jogou –se na cama e dormiu no mesmo instante.

Arthur entrou no quarto e viu que Lua dormia profundamente. Encostou a porta. Germana o esperava no escritório.
- O que aconteceu menino ? – perguntou Germana aflita.
- Você conhecia bem meu pai não?
- Sim... o conhecia muito bem na realidade. Por que a pergunta?
- Então você também sabe que meu pai teve uma filha antes de conhecer a minha mãe não?!

Aquela afirmação parecia ter sido um golpe duro a Germana. A senhora sentou-se no sofá pálida como gesso. Pegou um lencinho que estava em sua saia e enxugou o rosto.

- Como você descobriu isso menino? – perguntou ela lívida.
- Isso não importa. Quero que me confirme isso. É verdade?
- Sim... é verdade. Mas não se tem paradeiro dessa menina.
- E você sabe quem é a mãe dessa criança não sabe?!
- Bem... – ela o olhou nervosa. – eu sei quem é. Seu pai me confidenciou na antevéspera de sua morte.
- É a mãe de Lua não é!?
- Eu...
- Fale por favor Germana. Eu descobri, você não tem mais porque esconder isso.
- Sim. É Claudia.
- Obrigado Germana. – disse ele sério. – pode ir descansar. Já é tarde.
- Você e Lua não iram jantar? – tentando esconder o surpresa pelas palavras dele. – o jantar está pronto.
- Duvido que ela acorde. Pode ir deitar-se.
- Tem certeza que está bem menino?
- Sim... estou perfeitamente bem Germana.
Arthur esperou Germana sair e pegou o testamente que seu pai havia deixado. Releu-o diversas vezes, mas não achou nada que o pudesse comprometer. Não dava pistas de uma outra herdeira. A única exigência que continha era de que ele se casasse no máximo 4 anos depois de sua morte, caso contrario perderia sua fortuna e junto com ela a empresa. Agora só lhe restavam um pouco mais de um ano para que aquela exigência estivesse cumprida.

Lua acordou assustada, Arthur ainda não havia deitado. A porta do banheiro estava aberta e as luzes apagadas. Olhou o relógio, já eram altas horas. Colocou um chinelo afim de procurar Arthur pela casa. Se ele tivesse saído certamente a teria a acordado e avisado que estaria saindo. Estava tudo escuro exceto pela luz do escritório dele. Aproximou-se sem fazer barulho, ele estava sentando em sua cadeira com as mãos apoiando o rosto. Lua bateu de leve na porta.

- Você está bem Lua? – perguntou ele a mirando.
- Estou, mas não lhe vi deitado e vim te procurar. – disse ela bocejando. – é melhor vir deitar. Amanha temos que acordar cedo.
- Não estou com sono. – disse ele.
- Por que você não toma um banho para relaxar.
Ele levantou-se, deu a volta na mesa e parou em frente à Lua. Tirou os cabelos dela que cobriam seu pescoço. Segurou-a pela cintura e a beijou de modo possessivo. Lua retribuiu o beijo de bom grado. Sabia que ele precisava daquilo, não se negaria para ele hoje. Ele a pegou no colo e subiram para o quarto. Arthur a colocou suavemente no chão e voltou-a beijar com mais intensidade. Queria amá-la até o dia amanhecer se pudesse, estar com ela tinha se tornado o único lugar no qual realmente esquecia todos os problemas. Tirou a parte de cima do baby doll, podia ver e sentir a respiração acelerada de Lua. Brincou com o ponto sensível dela no pescoço. Tirou o sutiã dela e jogou-o no chão junto com sua camiseta que jazia ali, se olharam ternamente. Lua desabotoou a calça dele, fazendo com que caísse aos pés dele. Logo estavam nus. Ele a carregou e deitou-a na cama, beijou-a dos pés até encontrar a boca dela mais uma vez. As mãos de Lua faziam caricias cada vez mais ousadas arrancando suspiros da boca de Arthur.

- Preciso de você. – disse Arthur num murmúrio.

Arthur separou as pernas de Lua gentilmente e a penetrou rapidamente. Ela soltou um breve gemido de satisfação. Mexiam-se ora rápido ora devagar. Arthur queria esquecer todos os problemas mergulhando no corpo daquela mulher que lhe mostrava um mundo novo a cada momento. Estavam suados e Lua já havia chego em seu limite diversas vezes quando Arthur finalmente deitou-se sobre ela cansado. Era como se tivesse esquecido tudo por alguns instantes e estado no paraíso.

- Você está bem Arthur? – perguntou assim que Arthur deitou-se ao seu lado – Se quiser pode falar comigo.
- Não aconteceu nada Lua. – disse ele sério.
- Ok... tudo bem. – disse ela – não precisa falar nada. Esqueci que isso não está nas clausulas do contrato. – ela o olhou com desprezo – perdoe a minha intromissão. Isso não irá mais acontecer Sr. Aguiar.
Ela levantou-se da cama bruscamente e foi em direção ao banheiro. Ela queria tentar vencer aquela barreira que ele tinha colocado em volta. Ele contudo, não permitia, mantia -se inflexível. Ela fechou a porta com violência, com o lençol enrolado em seu corpo ela sentou-se no chão, apoiada na porta. Não tinha motivo para ficar irritada com ele, afinal Arthur não era obrigado a contar nada à ela. Eram apenas duas pessoas ligadas por um contrato e pela cama nas atuais circunstancias.

Lua entrou no chuveiro e tomou uma ducha rápida. Saiu vestindo um baby doll confortável, olhou para cama. Arthur não estava ali novamente. Seu coração acelerou, sentiu um medo terrível tomando conta dela. Saiu andando apressada pelo enorme apartamento. Correu quarto por quarto, mas nem sinal dele. As salas estavam escuras e o escritório também. A única luz que havia era a da cozinha. Foi até lá, mas não havia ninguém. Lua olhou o chaveiro onde ficavam as chaves dos carros de Arthur e viu, ali estava faltando uma chave. Seu coração foi parar na boca, pensou em pegar uma das chaves, para o seu pesar lembrou que não sabia dirigir.

- O que está fazendo aqui menina Lua?

Lua assustou-se. Germana estava na porta da cozinha com um semblante de sono, mas ao mesmo tempo parecia preocupada.

- O Arthur...
- O que tem ele? – perguntou a senhora impaciente.
- Ele sumiu Germana. – Lua tremia – eu fui tomar um banho e quando voltei para o quarto ele já não estava mais ali.
- Ele não disse nada?
- Não. – falou Lua chorosa – ele não me disse nada. Eu simplesmente sai do banheiro e ele não estava mais.
- Já tentou ligar para ele?
- Não...

Lua foi até o telefone instalado em uma das paredes da cozinha e legou para o celular de Arthur. Chamou até cair a linha. Ela tentou mais uma vez.

“ Este celular encontra-se indisponível no momento. Tente mais tarde. “
Se isso tivesse acontecido antes do casamento, pouco se importaria com ele. Seria indiferente se ele sumisse ou estivesse ali ao seu lado comendo bolachas. Ela estralou todos os dedos e começou a roer o pouco de unha que ainda tinha nos dedos. Germana parecia tão aflita ou mais do que ela. Perecia inquieta enquanto preparava o que parecia um chá.

- Ele estava tão estranho Germana... parecia transtornado... desde que voltamos do hospital ele estava assim.
- Ele não lhe disse o motivo?
- Não... disse que não havia acontecido nada. Você sabe o que aconteceu?
- Não querida. Sei tanto quanto você. – disse Germana tremendo ao colocar as duas xícaras de chá sobre a mesa.
- Eu não quero.
- Você não pode ficar assim Lua. Não faz bem para o bebe...
- Esse chá simplesmente não me ajudará em nada. – disse num murmúrio – o que me ajudará e ver o Arthur entrando por aquela porta. – disse ela sem pensar.
- Você se apaixonou por ele Lua? – perguntou Germana a encarando.
- Do que a senhora está falando? – Lua perguntou perplexa.
- Eu sei do contrato de vocês querida. Muito antes de você mesmo saber... conheço o Arthur desde bebe. Você se apaixonou por ele não foi?
- Claro que não. – disse orgulhosa – apenas estou preocupada. Ficaria assim por qualquer um.
- Vejo que ainda não está pronta para admitir não é!?
- Não tenho nada que admitir Germana. Apenas estou preocupada com ele. Somente isso, não gostaria que ele se machucasse.
Lua sabia que tinha se entregado. Mas não o amava ainda, apenas não sabia o que sentia em relação a ele. A preocupação estava a matando aos poucos, aprecia que um pedaço havia sido arrancado dela a força.

- Está bem Lua. Entendo você, mas aconteceu. Você não pode lutar contra algo que já é maior do que você mesma.
- Estamos apenas a dois meses casados. – disse ela rapidamente – estou com ele apenas pelo contrato. E mais nada.

Continua.. 

                       Capítulo : 33



Arthur não sabia quanto tempo exatamente estava dirigindo. Apenas dirigia entre as ruas sem rumo. Olhou para o horizonte, tons avermelhados denunciavam o iminente amanhecer. O relógio do painel marcava exatamente 5 horas da manhã. Estacionou o carro e olhou o sol se levantar preguiçosamente, alheio a todos os seus problemas e vontades. Rapidamente percebeu onde se encontrava, estava apenas alguns quarteirões de sua casa. Na rua apenas alguns transeuntes saiam para trabalhar ou chegar em seus empregos. Ele não tinha pressa de chegar em casa, certamente todos estariam dormindo principalmente Lua. Nenhum deles teriam percebido o seu sumiço no meio da noite. Entrou com o carro no estacionamento do prédio. Pegou o elevador e mirou-se no espelho, definitivamente não era ele. Seu cabelo estava bagunçado e sua barba estava por fazer. Decidiu entrar pela cozinha, faria menos barulho.

A luz estava acesa e Arthur viu para sua surpresa Lua dormindo em cima da mesa. Parecia ter ficado ali a noite toda certamente na sua espera. Ela parecia totalmente desconfortável com uma das mãos apoiando a cabeça. Arthur ficou parado olhando a cena que se desenrolava em sua frente. Escutou um barulho vindo da sala, passos se aproximavam da cozinha rapidamente.

- Graças a Deus você chegou menino. – disse Germana o olhando – estávamos aflitas.
- O que ela faz aqui? – perguntou Arthur olhando para Lua.
- Não está claro!? Lua ficou o tempo todo lhe esperando Arthur. Estava preocupada, tive que lhe dar um copo de água com açúcar para se acalmar.
- Ela está desde que horas aqui?
- Não sei ao certo. Mas eu cheguei aqui já era 2 hra da manha e ela já estava onde você à esta vendo agora.
- Devia ter feito ela ir deitar Germana. – disse ele se aproximando dela.
- Ela não quis. Disse que não sairia daqui enquanto você não chegasse. Lua deixou bem claro isso. Fiquei com ela até umas 3 horas e ela me fez ir deitar. Ficou aqui, pelo que vejo acabou adormecendo.
- Eu não me perdoarei se algo acontecer a esse bebe.
- Não ira acontecer nada. – disse ela sorrindo – ele está bem.
Ele a olhou. Esboçou um sorriso ínfimo.

- Vou leva-la para o quarto. – disse ele a pegando no colo com cuidado. – Germana, hoje não iremos para o empresa. Evite qualquer barulho, Lua precisa descansar.
- Certamente. Evitarei qualquer barulho. Agora vá descansar menino. Teve um dia agitado ontem. Tente não pensar em nada, apenas durma.

Arthur afirmou com a cabeça. Subiu as escadas com Lua no colo. Ela dormia profundamente em seus braços, a depositou na cama com cuidado. Ele viu-a se ajeitar no travesseiro sem acordar. Trocou de roupa rapidamente e deitou-se. Fechou os olhos e adormeceu rapidamente.

Lua acordou sobre saltada olhando para os lados a procura de Arthur. Viu-o do seu lado dormindo profundamente. Tinha a feição cansada e respirava profundamente. Ela percebeu que estava em seu quarto, tinha as costas doloridas por ter dormido sentada na cozinha. Sentou-se esfregando os olhos. Em cima do móvel de canto sua bolsa tremia. Lua correu e pegou o celular que vibrava. Entrou no banheiro.

- Alô...
- Bom dia Lu. – disse uma voz feliz do outro lado da linha.
- Soph! Você já está no Brasil?
- Sim... cheguei hoje pela noite.
- E onde estas?
- Na empresa...
- Mas ainda é cedo.

- Cedo!? – Sophia riu – Você olhou no relógio...
- Não... – disse Lua – que horas são?
- Quase meio dia!
- Ah meu Deus. Já estou indo... – disse Lua aflita.
- O que aconteceu?
- Uns problemas... – disse ela – mas me conte da viajem.
- Conto quando chegar aqui. – disse Sophia. – te espero. Poderemos almoçar juntas, sim!?
- Claro... daqui a pouco estarei ai.

Ela olhou para o relógio do celular. Eram 11 horas da manhã. Tinha perdido a hora. Passou uma maquiagem leve no rosto. Saiu do banheiro arrumada, faltando apenas a roupa que ela escolheu a esmo rapidamente. Olhou para Arthur mais uma vez e saiu do quarto.

Lua entrou na cozinha e encontrou Germana dando as coordenadas para as cozinheiras.

- Já acordada menina?
- Estou mais do que atrasada. Perdi o meu dia de trabalho. – disse Lua.
- Arthur disse que não iriam para a empresa.
- Ele disse por ele. Estou indo. Avise a Arthur por favor que estou no celular e que irei almoçar com Sophia.

Lua entrou no carro onde o chofer a esperava. Chegaram na Aguiar’s joias rapidamente, as ruas sem transito ajudaram. Em poucos minutos estava dentro no escritório sendo abraçada por uma Sophia afoita.

- Me conte tudo – disse Lua empolgada.
 - Depois de você nos dizer o que aconteceu. – falou Sophia.

Mel já estava ao lado delas para saber o que havia acontecido.

- Depois eu conto. Mas antes você irá me contar como foi a viajem. – disse Lua sorrindo.
- Foi mágica. – disse Sophia. – eu e o Mica nos acertamos em todos os sentidos...
- Isso quer dizer que eles tiraram o atraso. – disse Mel dando risada. – mas prossiga.
- Besta! – riu Sophia – nos acertamos e fizemos alguns acordos.
- Podemos saber quais foram esses acordos?
- Não foi bem um acordo... – disse ela sorrindo – foi mais um projeto.
- Que projeto é esse oras?! – perguntou Lua curiosa – desembucha logo Sophia.
- Queremos um baby ainda para esse ano. – disse ela sorrindo – e estamos treinando. Sabe como é né!?
- Eu não acredito! – gritou Mel dando pulinhos de felicidade.
- Ai Sophia, que bom. Será que esse bebe já não foi feito!? – perguntou Lua.
- Quem sabe!? Eu realmente não sei.. temos que esperar... – disse Sophia sorrindo – Mas o que aconteceu afinal Lua?
- Antes de tudo eu tenho um comunicado a vocês duas...
- Qual? – perguntou Mel. – Vocês andam muito cheia de mistérios viu?! Só eu que nunca tenho nada para comunicar. – ela riu. – mas quem sabe daqui a pouco não seja eu!?

Lua e Sophia trocaram olhares cúmplices.

- Bem... o comunicado que eu tenho que fazer...
- Diz logo Lu. – falou Sophia – você está me deixando nervosa.
- Vocês vão ser titias!
Sophia e Mel pularam em cima de Lua. Gritavam e abraçavam-na com força.

- Quando você descobriu? – perguntou Mel radiante.
- Descobri ontem de tarde. Fui com a minha mãe fazer uns exames e decidi fazer um exame de sangue. Por isso não vim ontem.
- Que mágico Lu. – disse Sophia. – e o Arthur?
- Me surpreendi com ele... precisava ver a felicidade dele Sophia... – os olhos de Lua brilharam – parecia uma criança.
- Parabéns Lua... nossa... vão ter muitas crianças por aqui hein!? – falou Mel rindo.
- E você e o Chay!? – perguntou Sophia. – como estão?
- Estamos bem... namorando oficialmente. Estou morando com ele. – disse Mel. – quem sabe daqui a algum tempo não vem mais um noivado por ai.
- Isso seria maravilhoso Mel. – falou Lua.
- O que aconteceu afinal essa noite Lua?
- Ai Soph, mas que pergunta mais indiscreta! – falou Mel rindo.
- Não é isso... você não parecia nada bem a hora que eu te liguei Lua.
- O Arthur. Eu acabei falando umas coisas para ele... e ele saiu de casa. Simplesmente sumiu. – disse ela – depois que recebemos o exame confirmando a gravidez, ele foi comprar um lanche para mim e voltou estranho. E acabamos discutindo, entrei no banheiro e quando eu voltei ele tinha sumido.
- Meu Deus! – exclamou Mel.
- Ele já está em casa? – perguntou Sophia.
- Sim... eu o deixei dormindo. – respondeu Lua – eu fiquei o esperando no cozinha, mas acabei por dormir. E fui acordar hoje no nosso quarto.
- Ai Lua... vocês tem brigado muito? – perguntou Mel.
- Não... foi só dessa vez. Fiquei desesperada. – disse ela sem pensar. – tive tanto medo que houvesse acontecido algo com ele.
- Posso imaginar.

Continua.. 


                  Capítulo : 34



Arthur levantou-se, Lua não estava mais ao seu lado. Olhou para o relógio. Lembrou-se que tinha marcado o almoço com Carla. Arrumou-se rapidamente, estava mais do que atrasado. O restaurante não era muito longe, mas tinha que ter sorte para não pegar transito.

- Boa tarde Arthur – disse Germana.
- Diga para Lua que irei almoçar fora, estarei em uma reunião de trabalho. – disse ele tomando uma xícara de café rapidamente.
- Ela não está em casa.
- Onde ela está? – perguntou ele.
- Foi trabalhar.
- Eu não acredito. – disse ele irritado – o que ela tem na cabeça? Bem, quando eu voltar eu resolvo isso. Esqueci que eu tinha essa reunião.
- Voltará para jantar?
- Sim... você me faz um favor Germana?
- Claro que sim menino.
- Ligue para Lua... não não... deixa que eu ligo.

Arthur saiu apressado. Entrou no primeiro carro que encontrou. Pegou um pouco de transito no caminho.
Arthur entregou a chave do carro para o manobrista e entrou rapidamente no restaurante. Viu os loiros cabelos de Carla escorrendo pela cadeira. Aproximou-se e sentou-se a frente dela.

- Achei que não viria querido. – disse Carla sorrindo sensualmente.
- Sabia que viria... Sol pediu para que conversasse com você. – disse ele.
- Sim... sua tia me ligou. Mas receio que seja tarde demais já. – disse Carla séria – você já descobriu.
- O que eu descobri?
- Sobre a Raquel. Receio que tenha descoberto ontem. – disse ela sem emoção.
- Sim... descobri ontem pela tarde.
- Era sobre isso que sua tia pediu para que falasse com você.
- Você sabia?! – perguntou ele incrédulo.
- Sim... – ela sorriu – soube logo que comecei a namorar você. Soube por acaso antes que me pergunte.
- Ótimo... agora eu já sei. Tem mais alguma coisa que eu deveria saber?
- Não... não por mim. Pelo menos não por hora.
- Desde quando você faz esse jogo Carla?
- Desde que entrei um dia para sua família querido. – ela riu – aprendi muito com sua tia. E com sua mãe... - Elas devem ter sido boas professoras... e sei que você ainda me esconde alguma coisa...

Ela riu. Ajeitou os cabelos e o garçom aproximou-se. Pediram a comida.

- Esqueci de lhe parabenizar.
- Sobre o que?
- Soube que será papai em breve.
- Como soube!?
- Todos tem seu preço.
- Não seja ridícula.
- Podíamos ter um revival essa tarde. O que acha?

Era um convite tentador para ele.

- Quem sabe. Não responderei por hora também. – ele sorriu.
- Sempre misterioso Arthur Aguiar. – ela disse – pelo que sua tia diz, você é assim desde pequeno.
- Não posso lhe confirmar isso. Não me lembro. – ele sorriu.
Arthur estava incomodado. Ainda não tinha falado com Lua, levantou-se da mesa dizendo que ia ao banheiro. Pegou o celular e discou.

- Alô.
- Quem é?
- Sou eu Lua...
- Olá Arthur... você está bem? – perguntou Lua.
- Sim... estou. Liguei para saber como você está. Te encontrei dormindo e...
- Estou bem. Pode ficar tranquilo. Apenas com um pouco de dor no pescoço... você esta bem mesmo?
- Sim... estou bem. Não precisa se preocupar. – disse ele – estarei em casa antes do jantar. Você está onde?
- Trabalhando. Daqui a pouco sairei para almoçar. – Lua respondeu sem animo – é melhor você voltar para sua reunião. Não precisa mais me ligar.
- Está bem... passo para lhe buscar.
- Não precisa. – disse ela automática – irei com o motorista.
- Como quiser então. Até mais tarde.

Ele respirou fundo. Estava mais tranquilo por saber que Lua estava bem. Tinha sido uma conversa tão fria e de resposta tão automáticas que ele não sentiu confiança em todas as respostas da esposa. Não tinha tempo para ficar analisando as respostas dela, Carla o esperava na mesa.

- Você demorou querido. Foi ligar para ela não? – perguntou Carla.
- Fui. Podemos ir então?
- Iremos para onde? – ela sorriu sensualmente. – Conversaremos melhor no meu apartamento.
- Pode ser. – disse ele.
Arthur pagou a conta. Ele e Carla entraram no carro e seguiram direto para a casa dela. Era mais afastada da cidade que o apartamento onde ele morava. Ficava num belo condomínio afastado de qualquer barulho da cidade grande.

- Ainda não se cansou daqui? – perguntou Arthur.
- Fico aqui alguns dias da semana e outros passo no apartamento da cidade. – disse ela. – mas adoro ficar aqui.
- Entendo. É realmente muito bonito aqui.
- Diz isso toda vez que vem aqui querido. – disse Carla passando uma das mãos pelo rosto de Arthur. – estacione ali. – apontou ela para uma das vagas.

Entraram na casa. Era muito bem mobiliada. Carla não esperou e agarrou Arthur ali mesmo no meio da sala. Foram direto para o quarto, as roupas voavam rapidamente e iam parar no chão. Arthur jogou-a em cima da cama e lhe separou as pernas quando a imagem de Lua apareceu em sua mente. Olhou para a mulher que estava deitada e sua frente, o desejo em seus olhos era visível, mas ele não a queria. Levantou-se e começou a vestir-se. Arthur estava totalmente vestido quando olhou para Carla que permanecia na mesma posição que ele à havia deixado. Tinha um misto de surpresa e raiva em seus olhos, ele apenas a encarou e saiu do quarto.

Arthur entrou no carro, nunca lhe havia ocorrido isso. Nunca havia dito “não” a Carla, nem quando ele estava com outras mulheres. Mas com Lua havia sido diferente, ele simplesmente não conseguirá, algo nele o impedirá de ir em frente. Passou as mãos pela nuca, estava suando frio. Se soubesse que Lua o trairá certamente não saberia quais seriam suas reações, mas não foi ela que estava prestes a fazer isso e sim ele. Dirigiu velozmente pelas ruas, respeitava apenas os sinais vermelhos e mais nada. Estava sentindo-se culpado, nojento por ter traído Lua. Parou em frente a Aguiar’s joias, olhou para o relógio. Lua deveria sair a qualquer momento para almoçar com Sophia e Mel. Avistou-a de longe, parecia sorrir, estava radiante. Saiu do carro deixando que ela o visse.
Lua viu Arthur encostado no carro, parecia lhe esperar. Sophia e Mel sorriram.

- Por que você não almoça com ele Lua? Vamos outro dia... – disse Sophia.
- Não... eu vou com vocês.
- E quem disse que queremos a companhia de vocês!? – perguntou Mel rindo.
- Vai la falar com o seu marido logo... qualquer coisa você sabe onde nos encontrar não!?
- Está bem. – disse Lua.

Ela aproximou-se de Arthur. Ele parecia um tanto tenso.

- O que aconteceu? Achei que só o veria no jantar.
- Mudei os meus planos... o que você acha de irmos ver o enxoval do bebe!?
- Cedo demais ainda Arthur... prefiro deixar isso mais para frente... – disse ela sorrindo.
- Você já almoçou?
- Ainda não...
- Você não pode fazer isso...
- Eu não quero brigar ok!? Estava indo almoçar agora...
- Estou indo para casa então... vá almoçar com elas. Antes que eu me esqueça... você já marcou as consultas?
- Ainda não... farei isso hoje a tarde.
Arthur selou os lábios de Lua com um beijo doce.

- Nos vemos a noite. – disse ela saindo.

Arthur entrou no carro desorientado. Ela era tão firme com ele, nunca demonstrava o que sentia, ali era uma mulher firme e forte, mas em casa quando estavam sozinhos ela era meiga. Lembrava-se dessa Lua em Paris. Sorriu. O rosto de Carla pareceu em sua mente e mais uma vez abominou-se por ter quase feito sexo com ela. Pensou no contrato, não tinha nenhuma clausula que o obrigava a ser fiel a Lua. E portanto se ele a traísse não teria problema nenhum, mas algo dentro dele o impedia. Não era mais o mesmo Arthur de antes, algo nele havia mudado e simplesmente as coisas que fazia antes eram agora sem nexo. Suas noites de farra e bebedeira já não faziam mais sentido.

Continua.. 

Um comentário:

Obrigado pelo comentário ! = )